segunda-feira, 29 de agosto de 2011

FELICIDADE.





Se a algo que faz sorrir é ele. Chega à casa todo, todo, senhor absoluto do pedaço.
Ocupa lugar no seu sofá predileto. Muda o canal de TV a bel prazer, até encontrar o que quer assistir. O que era tortura, hoje é nosso prazer também.
Conta os acontecimentos escolares como estivéssemos lá, alias conhecemos todas as professoras” as tias”, os amiguinhos tornaram-se nossos também.
Três vezes por semana logo cedo, vamos ao futebol, sou santista, ele são paulino, joga na escolinha do São Caetano, não perdemos um jogo. Centroavante, difícil jogo em que não marca pelo menos um gol.
Sempre voltamos a pé, pelo caminho descobrimos varias espécies de formiga, até saúvas, normalmente as seguimos vendo suas colheitas de folhas, suas coletas de animais e outros objetos até a entrada dos respectivos formigueiros.

Pelas árvores vimos dúzias de diferentes ninhos, alguns já podemos relacionar a seus donos. A outros pelo canto aprendemos identificar, tanto que quando não os ouvimos, fica preocupado com o que poderia ter acontecido com nossos belos e frágeis amigos.
Galhos de árvores, encontrados pelo chão são usados para revolver montes de folhas a procura de seus minúsculos habitantes. Quando encontramos um pequenino sapo, o grande acontecimento da semana tivemos que voltar, conseguir encontrar novamente e fotografar em sua mãozinha.
Com ele não há um dia igual ao outro, não há um momento de tristeza, um só instante de solidão.
Basta ouvi-lo chamando no portão: “VÓ! OH! VÔ!”

ivan de souza machado


domingo, 21 de agosto de 2011

COMO RAUL!!!



“Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante, do que ter a mesma opinião sobre tudo. Raul Seixas “.




Acordar um dia assim meio Raul Seixas, sem querer fazer nada, achando tudo um saco.
Dormir de dia, acordar de noite. Vampirescamente me jogo nela.
As atrizes e os atores das madrugadas interpretam seus personagens a me ver passar. Figuras dignas de Cervantes e Dali, com fundo musical do Pink Floyd.
Figuras ridículas, assustadas, dentro de seus coches blindados passam, param nos semáforos, abestalhadas olham sem nada entender.
A lona estendida sob a abobada celeste, enquanto no picadeiro do asfalto o artista brinca com malabares.
Na calçada, o palhaço aguarda sua deixa para ir de encontro à bailarina do outro lado.
Vou pendurar feito brinco, na orelha daquela menina como se fosse Johnny Rivers, quem sabe ela gosta de dançar.
De repente, um apito estridente faz soar um som infernal, que põe todo mundo a pular e brincar carnaval. Saio pela avenida, assim odara, como Caetano bem Gil.
Esgotado, feito Bob Marley, entro num bar, fico num canto, tranqüilo tal qual Marisa Monte.
Resolvo ir embora, capotar como Jim Morrison... Sonhar com Janis Joplin.

ivan de souza machado





domingo, 14 de agosto de 2011

PAI NOSSO...!

“A casa dos pais sempre será a dos filhos, a deles nem sempre”


A ele devia a vida.
Bêbado. Caído na porta do bar, feito lixo, lá estava. A ela só restava resgatar, tirá-lo da sarjeta, aonde fora jogado.
Tantas foram às vezes que os amparou, levantou, socorreu, sem nunca cobrar ou queixar-se de nada.
Não perceberam o que estava acontecendo com ele, desde que a esposa, sua mãe partiu.
Estavam tão acostumados a serem auxiliados, que não notaram quando, nem o quanto, deles precisou.
Agora, sentada no chão, com a sua cabeça no colo, acariciando carinhosamente seus cabelos, beijando suas tão enrugadas faces, lembrava de que quando criança adorava passar seu rosto no dele sentindo a barba, fazer-lhe cócegas.
Seu pai, seu único pai.
Fez uma prece, agradecendo por poder cuidar dele, a que ensinou e tantas vezes juntos rezaram:-
“Pai nosso, que estás no céu
Santificado seja o Vosso Nome,
Assim na terra como no céu...”

Ivan de S. Machado

terça-feira, 9 de agosto de 2011

GRAVIDA!



Há um brilho diferente no olhar
Uma estranha luminosidade no rosto
Um sorriso mais aberto, uma risada mais larga
O humor esta mais leve
A alegria contagiante
A felicidade constante

Ivan de S. Machado

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

SENHOR TADEU, O EFICIENTE!


"Deus  lhe deu a vida e a capacidade de trabalhar, por que então não seria feliz?"                                                    


É o primeiro a acordar, como todas as manhãs. Levanta sem perturbar o sono de sua esposa. Vai ao banheiro, depois à cozinha.
Todos os dias, prepara o café da manhã, põe a mesa com dedicado esmero, suco de frutas, bolo, pão, ovos, geléia, manteiga, etc.
Chega sua filha, a única a acordar sozinha.
-Bom dia, pai!
-Bom dia, filha! Acordou seu irmão?
-Tentei!
-Tome seu café que vou acordá-lo.
Dirigisse ao quarto dos filhos. Abre a porta, acende a luz, vai até a cama, puxa as cobertas, gentil, mas firme, chacoalha o menino, chamando pelo nome.
-Oh pai! Que foi?
-Levante que já esta atrasado, vamos!
-Tá bom, pai, já vou.
-Agora!
Volta à cozinha, pega uma bandeja, coloca o suco, um lanche e o café, sempre do jeito que ela gosta, pega um guardanapo escreve algo e põe dobrado sob o pão. Leva para o quarto.
Para ao lado da cama, faz um carinho nos cabelos de sua esposa. Aguarda que acorde. Deixa a bandeja ao lado da cama. Volta à cozinha.
Toma café com seu filho, enquanto conversam, sua esposa aparece.
-Bom dia, amor! Beijinho.
-Ti amo! Adorei as palavras no guardanapo.
-Te adoro!
-Vamos que estamos atrasados, chame sua irmã, que vou tirar o carro. Meu bem abre o portão para mim.
-Claro amor, toma cuidado no transito. Quando chegar me liga.
Depois que saem, volta à cozinha tira a mesa, lava a louça, guarda, e vai para sua oficina nos fundos da casa.
Artesão trabalha com vime. Encomendas não faltam é bom no que faz e gosta.
Membro de uma igreja, é o palestrante de hoje, não pode esquecer de polir sua cadeira de rodas.

“DEFICIENTE, é todo aquele que podendo, não faz. Exemplo: Um vagabundo ou político, ambos minúsculos”
Ivan de Souza  Machado