Como pode acreditar quando diz que vai melhorar
o transporte público, se não utiliza.
Como pode alguém crer num político que diz que
vai investir na saúde pública, se dela não se serve.
Como pode alguém ter fé num político que diz que
não venderá nenhum patrimônio público, se seu antecessor e ele próprio venderam
por baixo preço, quase todas as empresas brasileiras.
Pergunte o valor da vida daquela criança,
daquela mãe em gestação, daquele idoso, daquela senhora que o médico não quis
atender, por não terem convênio e nem como pagar.
-Quitaram com a própria existência!
-Qual o valor?
O político sabe. Custa a verba que ele desviou
para a sua clinica, hospital particular ou de quem financiou sua campanha.
-Qual o valor?
O médico sabe. É o valor da mensalidade de um
convênio qualquer, é o valor de uma operação, de um tratamento.
-Custa cem, custam mil, dez mil, um milhão, não
importa.
Gostaria que dissessem qualquer um: -“Custa
quanto dar a eles a vida de volta?”
-Onde comprar? Qual shopping?
Ao juramento de Hipócrates, hoje agregasse outro:-
O do Hipócrita!
O valor da vida para o médico moderno
“globalizado” é em dólar ou euro, ouro o que seja.
Provoca mais comoção na mídia a morte de cães,
que a de uma criança pobre em um hospital qualquer.
-“Quando o Estado defende o Capital, quem o tem,
detém o Poder.”
“Aqueles
que não tem poder de consumo ou pouco tem estão à margem, tratados como
cidadãos sem classe, “vira-latas”, sem poder de influir ou mesmo sugerir
mudanças legalmente éticas a serem tomadas pelo Estado que os favoreçam, tais
como respeito à Constituição, através do respeito aos Direitos Civis.”
O crescente endividamento como inserção desta
população ao Capital, por meio do crédito a médio e longo prazo, levara ainda
mais para baixo os integrantes do sopé da pirâmide, cheia de ilusão da posse da
casa própria, do carro, da assistência médica, do que seja na realidade quanto
mais adquire, mais dívidas têm.
Quando o Estado se afasta do Cidadão, distância
também da Coisa Pública, fazendo com que tudo tenha que gerar lucro, todos os
bens e serviços outrora Patrimônio do Cidadão, tornam-se mercadorias, produtos
a serem comercializados.
Água, energia elétrica, saúde, educação, direito
de ir e vir, ao serem privatizados transformam o Cidadão em cliente, além de
impostos, só poderá utilizar mediante pagamento antecipado, o que antes era seu
Direito.
-Quanto vale a vida de uma criança ou de um
adulto?
A consciência de que o que tem que ser Padrão de
Qualidade e Referência é o que a todos nós pertence, não de graça, pagamos impostos
à vida toda e quase não utilizamos.
“O que é Público tem que ser o melhor, quer
seja a Educação, a Saúde, a Segurança, o Transporte, a Energia, a Comunicação e
os nossos funcionários.”