O pai, seu herói, nunca entendeu os olhares a ele
dirigidos de admiração, de respeito e amor.
Na escola quando muito pequeno, lembra-se do pai e da mãe
juntos levando e buscando.
Conforme o tempo passava e mais velho ficava, mais
distante o pai andava. Juntos não mais a escola seus pais foram, só a mãe.
Seus sentimentos pelo pai nunca diminuíram, mesmo quando
de casa o expulsou. A tapa na cara não doeu tanto quanto suas palavras.
O seu herói, aquele a quem seus olhares de admiração e
respeito sempre foram dirigidos, disse ter vergonha, nojo, desprezo dele.
Mesmo quando na calçada sua mãe dando um beijo
despediu-se, abraçou-a pedindo que sossegasse seu coração, por que o amor que
sentia por eles jamais diminuiria.
Assim começou seu caminhar pela vida.
Subiu muitas escadas, escorregou e caiu também, mas nunca
desistiu do que Deus, através dos pais, dera-lhe: “A vida!”.
Quando o pai ficou doente, correu a socorrer levando-o a
um hospital.
Sem poder falar, seu pai olhou-o pela última vez.
O mesmo
olhar que como filho sempre dedicara a ele: “De amor”!
Ivan de Souza machado