quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O Velório.

                                                          

 " Àqueles aos quais fui, aos que não pude ir; aos que irei; aos que ao meu irão; aos que não poderão ir"




A morte ronda a fria noite.
Na madrugada úmida, ressoam ruídos surdos e distantes.
Lápides brotam da grama verde como flores em um jardim.
Árvores tremem com o vento que passa silvando por entre galhos e folhas.
Na morgue, em sua cama definitiva como se estivesse dormindo, aguarda paciente e calmo a hora de em seu quarto eterno descansar.
Murmúrios, lamentos, choros e despedidas não abalam o sono de quem esta indo embora.
Preces são entoadas em uníssonas vozes, como um coral a interpretar belas canções.
Cenas que se repetem, parentes e amigos que há muito não se vêem, aqui se encontram e relembram velhos momentos.
Cafés, bolos, sanduiches, salgadinhos, canapés, cerveja, refrigerante e até uísque, fazem o clima de tristeza virar quase uma festa de aniversário. Só falta a música.
 A bebida traz lembranças de momentos alegres, felizes, sorrisos tímidos sem gargalhadas. No rosto de algumas senhoras sorrisos maliciosos, saudades íntimas, segredos que jamais serão revelados por mais belos que tenham sido.
São as últimas lembranças, derradeiras despedidas, a maioria só se reencontrara em outro velório.
Então... até o próximo !


ivan de s. machado


2 comentários:

  1. nossa meu amigo,eu amei esta poesia.e relmente verdade,as pessoas conhecidas geralmente so se encontra nos velorios.

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  2. Vou deixar por escrito q não quero velório qdo morrer. Quem tem algum carinho por mim, que venha enquanto estou viva.

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