sábado, 12 de fevereiro de 2011

Chuva...


Chove.
Os pingos d’água que caem do céu formam rios que correm pelas ruas, batem nas calcadas como cachoeiras.
Pássaros emudecidos encolhem-se empoleirados nos galhos das árvores, sob as folhas.
Triste fica o dia sob a luz esmaecida do alvorecer. Faz frio.
A caminho do seu trabalho, taciturno, tenta não se deixar envolver pela monotonia do dia que se avizinha.
Seus passos ecoam como seu caminhar, lento.
Ela não sai do pensamento.
Achou que o mais sensato seria o rompimento. Não sabia ser tão difícil. Envelhecera mais em seis meses do que em vinte anos.
Amor platônico, dura tanto como fumaça de cigarro lançada ao vento, assim pensava. Não imaginava o tanto que se enganou. Ela estava dentro dele, da sua mente, do seu coração, de sua alma.
Os pingos da água da chuva misturam-se com suas lágrimas. Não quer ser melancólico nem melodramático, é apenas um homem apaixonado que se rende ao amor, e dele... não sente vergonha.

ivan de s. machado

4 comentários:

  1. Ola,
    Muito bonito este texto. Eu gostei por demais!
    Um amor escondido... Nao deveria!
    Sabe porque? Porque talvez ela espera tanto encontrar alguém que a ame ou uma pessoa para amar! E o silencio nao deixa isto existir...
    Talvez ela seja uma pessoa carente e nesta chuva, talvez ela também esta pelas ruas, perdida...
    Quem sabe estao passando agora na mesma rua, rsrsrs
    Seu texto me fez lembrar algo que escrevi,um poema... rsrs
    http://wwwtempo-livre.blogspot.com/2010/08/solidao.html
    Senti vontade de te mostrar.

    Eu em particular nao teria um amor platonico...
    Eu faria de tudo para poder revelar, demonstraria de todos os modos possiveis.

    Poderia haver um amor nao conrrespondido, por ter sido iludida, mas mesmo assim, ainda sentir amor por ele; ou uma perda onde nao poderia mais poder toca-lo. Talvez por uma morte, ou uma traiçao... Desse jeito poderia estar amando.
    Platonico, daqueles em que eu nao revelaria jamais, isto nao.. Se ele nao vem eu vou, kkkkkkk mesmo que me decepcione, rsrsrs

    Andei reparando que seu blog é quase igual ao meu... Quase nao tem comentario, rsrsrs
    Mas eu nao ligo nao, porque eu quero é escrever e deixar em memoria. Um dia alguem vai ler e admirar, entao eu nao desisto de escrever!

    Seus textos sao otimos!Quando eu puder venho aqui comentar.
    Um grande abraço!

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  2. Belo poema! Parabéns!!

    Engraçado que a chuva nos dá uma certa melancolia.
    E se estivermos apaixonados então...

    Ontem, voltando do trabalho para casa, no ônibus, chovia lá fora (é claro.rss) eu me lembrei de uma canção do Lobão que é mais ou menos assim:
    Chove lá fora
    E aqui tá tanto frio
    Me dá vontade de saber...

    Aonde está você?
    Me telefona...
    Me chama! Me chama!

    Tá tudo cinza
    Sem você
    Tá tão vazio...


    Beijo

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