domingo, 12 de junho de 2011

O SER MULHER.

Apanhar dos pais, dos irmãos, dos tios, dos avôs, dos namorados, dos noivos, dos maridos era comum, o maior talento era o de agüentar calada.
Espancada em casa, esmurrada nas ruas, nos ônibus, em qualquer lugar, ninguém ligava, era um direito dos maridos, do homem.
Podia trabalhar, desde que autorizada pessoalmente pelo marido, pelo homem, que ao final do mês recebia o salário.
Em teatros, cinemas, restaurantes, só acompanhadas por seus maridos, o homem, em determinados lugares, como bares, nem pensar.
Enquanto o marido, o homem, conversava se estivesse no mesmo ambiente permanecia calada. Para sair, devia pedir licença.
Nas ruas, era seu dever andar de cabeça baixa.
Mulheres estupradas? Imagine, eram demônios de saia, bruxas que enfeitiçavam os coitados levando-os a fazer o que não queriam.
Quando ousaram reivindicar direitos como operárias, preferiram queimar a fabrica, com elas dentro.
Podiam ser mortas por presunção de traição pelos maridos, o homem, que alegava ter a honra ofendida.
Foram avós, mães e filhas, mulheres, donas de casa, e hoje são Presidentes da Republica mas, parece que não perceberam, ainda.

Ivan de s. machado

2 comentários:

  1. Oi Isidoro, ótimo texto, reflexivo e verdadeiro! Abraço e bom domingo!

    ResponderExcluir
  2. Olá Ivan,

    A mudança ocorre aos poucos e por incrível que pareça muitas mulheres não se deram conta disso e vou te dizer como mulher, algumas não aceitam.
    Em algumas coisas me incluo nessas que não aceitam porque em muitos casos os papéis estão sendo invertidos e com base na minha cultura e crença o Homem tem que saber qual seu papel na sociedade, bem com a Mulher.

    Beijos

    ResponderExcluir